Eletrônicos


Tratamento Acústico para Home Theater, parte 1

Esqueça aquelas dicas práticas cheias de medições, comprimentos de onda, taxas de reverberação, ondas estacionárias e terminologias técnicas similares. O que todo mundo precisa, na hora de acertar o som de sua sala, é de um método simples e prático ? de preferência sem cálculos matemáticos ? para melhorar o rendimento sonoro de seu equipamento. Claro, é preciso entender alguns conceitos acústicos básicos, mas especialmente para quem tem um home theater as soluções são bem mais fáceis do que se imagina.



A maioria dos especialistas concorda com um antigo conceito de áudio chamado live end/dead end. Tradução livre: lado vivo/lado morto. Um espaço vivo é aquele onde há muitas superfícies duras, reflexivas, como pedras, mármores e vidros. Espaço morto seria aquele onde há muito material absorvente, como estofados, tapetes, grossas cortinas de tecido, etc. Para home theater, em geral é melhor quando o lado morto está na frente da sala, junto à tela e às caixas acústicas frontais, enquanto a parte de trás ? próximo ao sofá e às caixas surround ? seria, de preferência, o lado vivo. Mantendo o lado da frente com maior nível de absorção, consegue-se melhor posicionamento dos sons, ou seja, é possível identificar com maior naturalidade os sons que vêm da esquerda, do centro ou da direita. Na parte traseira da sala exige-se exatamente o oposto: o som deve ser o mais difuso possível, para acentuar a sensação de envolvimento.



Tudo é muito fácil, então, certo? Bem, não exatamente. Não basta colocar todos os estofados perto da estante e encher aquele espaço de grossos tapetes, até porque é preciso observar o layout geral da sala. Como tudo em áudio, o problema está nas variáveis envolvidas, ou em até que ponto você deseja o seu ambiente vivo ou morto. De modo geral, pode-se afirmar que ambientes com maior absorção são mais indicados para filmes, mas tornam a reprodução musical fria e sem vida. Deixando a área frontal mais viva geralmente se consegue sentir melhor a delicadeza da música, principalmente a percussão e os instrumentos acústicos. Já para filmes esse recurso pode simplesmente destruir a precisão dos efeitos sonoros. Tudo, como se vê, é uma questão de equilíbrio.



Felizmente para quem quer extrair o máximo do seu equipamento, já existem formas de se conseguir tal equilíbrio. Pode-se, por exemplo, adquirir painéis acústicos que, colocados em pontos estratégicos da sala, ajudam a absorver e/ou difundir o som. Existem vários produtos desse tipo, e os fabricantes em geral oferecem também consultoria sobre a melhor forma de empregá-los. Se você tiver condições de aplicar revestimentos acústicos em sua sala ? o que implica investir tempo e dinheiro nisso ? ótimo: um bom projeto se encarregará de fazer de seu ambiente um espaço equilibrado. Há, porém, uma dificuldade inerente a esses produtos: é preciso casá-los bem com a decoração, e nem sempre o que fica mais bonito é o mais recomendável acusticamente.



Você pode também melhorar a acústica de sua sala utilizando os próprios itens da decoração, como estofados, tapetes, estantes, cortinas e até quadros nas paredes. Mas, de uma ou de outra forma, é importante entender como funciona a circulação das ondas sonoras pelo ambiente, o que vale tanto para home theater como para salas de música. O primeiro conceito a ser entendido é que o som que se ouve não vem apenas das caixas acústicas, embora estas sejam a fonte acústica principal. Ao sair das caixas, o som reflete em todas as superfícies (piso, teto e paredes) e também ao rebater em móveis e demais objetos. Dependendo do tipo de material de cada superfície, esse fenômeno resulta em reverberação ou ecos (quando são materiais reflexivos) ou então em amortecimento do som (quando se trata de superfícies absorventes).



Com algum cuidado e paciência, você pode controlar tanto as reflexões como o amortecimento, e isso em todo o espectro sonoro, ou seja, nos graves como nos médios e nos agudos. Cada material tem suas características acústicas. Cortinas de veludo, por exemplo, são tidas como altamente absorventes, mas na verdade só são eficientes para amortecer as freqüências médias e altas (agudos); nos graves, essas cortinas têm pouca influência. O desempenho acústico de seu equipamento vai depender, portanto, da correta adequação entre os vários materiais existentes na sala (além, é claro, da boa qualidade dos aparelhos em si).


Tratamento Acústico para Home Theater, parte 2

Se você optar pelos revestimentos acústicos, é bom prestar atenção em alguns detalhes. Os painéis acústicos variam em altura e largura, mas a medição mais importante é a espessura. Quanto mais espessos, mais baixa a freqüência a partir da qual irão atuar (as baixas freqüências são as mais difíceis de controlar). Esses painéis costumam ser aplicados sobre uma ou mais paredes, mas sua eficiência aumenta se forem afastados da parede, montados em suportes de chão, por exemplo.
Em geral, os painéis acústicos absorvem mais as altas freqüências, e quando não são muito espessos (até 2) tendem a reduzir sua área de atuação, praticamente não absorvendo nada na região de médios. Isso pode acentuar os diálogos dos filmes e os vocais na música, prejudicando o envolvimento sonoro. O problema é que, aumentando a espessura do painel, pode ocorrer maior direcionalidade nessas superfícies, chamando a atenção do ouvinte para o painel em si, o que não é desejável.



Audiófilos têm a tentação de reproduzir em casa o ambiente dos estúdios de gravação, onde se costuma usar camadas de espuma absorvente do tipo Sonex para tornar o ambiente acusticamente mais neutro. Mas, numa sala de home theater, por exemplo, isso pode matar a acústica absorvendo exageradamente os agudos. Uma alternativa são os painéis difusores, que refletem diversas freqüências sonoras em várias direções, o que geralmente funciona bem nos canais traseiros.
No entanto, quem não quer utilizar revestimentos em sua sala deve, no mínimo, escolher apropriadamente as peças de decoração que auxiliem no tratamento acústico. Se o piso é de pedra, por exemplo, convém cobri-lo com um tapete espesso para diminuir as reflexões. Se há uma janela de vidro, o ideal é utilizar sobre ela uma cortina de tecido pesado, evitando persianas sintéticas. Melhor ainda se for possível colocar na parede oposta um panô de tecido natural, para ajudar na absorção. Outro recurso interessante é colocar numa das paredes uma estante grande com livros, pois estes também atuam como absorventes acústicos.
Sofás e poltronas devem, de preferência, ser de tecidos encorpados ou couro natural, nunca de material sintético (neste último caso, a solução é cobrir o sofá com uma capa de tecido grosso). Pisos e móveis de madeira devem ser escolhidos com cuidado, pois também atuam acusticamente. No caso do piso, os já citados tapetes são a melhor alternativa. Já os móveis, principalmente quando envernizados, devem ser cobertos com algum tipo de tecido. Por sua vez, peças metálicas são altamente reflexivas e, em geral, não combinam com uma boa acústica. A menos que haja na sala uma boa quantidade de materiais absorventes para compensar.
Nada disso funciona, porém, se você não utilizar seus próprios ouvidos para conferir os resultados. A melhor forma de chegar a uma boa acústica é experimentar, inclusive mudando objetos (e até mesmo as caixas acústicas) de posição até atingir o ponto ideal. Os graves são o item crítico, nesse ponto. As baixas freqüências espalham-se em todas as direções e devem, idealmente, ser percebidas igualmente em qualquer ponto da sala. Como já foi dito, os graves são também difíceis de absorver, de modo que é preciso testar o subwoofer em diversas situações para obter seu melhor rendimento. Se seu problema, por outro lado, está nos canais de surround, talvez seja o caso de mudar a posição das caixas traseiras.
Claro que tudo exige paciência e pelo menos algumas sessões de audição cuidadosa. Mas não há outra maneira de ajustar a acústica de qualquer sala. E, pensando bem, você tem alguma coisa mais agradável para fazer hoje?



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