Um roteiro para montar seu home theater
14/02/2011, por Eduardo Bonjoch*Muitos brasileiros trocaram de TV no final de ano e agora estão  descobrindo um novo mundo de som e imagem. Aos poucos, foram percebendo  que aquele televisor quase auto-suficiente é, na verdade, apenas uma das  peças indispensáveis no processo de transformação da sala de TV num  verdadeiro e inigualável home theater. E nesse momento começam as  dúvidas: qual o melhor local para montar o sistema? Onde devo acomodar  todos os equipamentos? Qual a melhor forma de controlar a iluminação do  ambiente? Que cuidados devo tomar na parte elétrica e na acústica? A  seguir, um roteiro passo-a-passo.
A ESCOLHA DO AMBIENTE
Pode ser um living, uma sala dedicada ou até um segundo ambiente  adaptado. Definir o local ideal para acomodar o home theater vai  depender do espaço disponível na residência e, claro, das suas  expectativas. Como regra geral, qualquer cômodo, com mais de 10m2, pode  abrigar o sistema de áudio e vídeo. Por ser quase sempre o maior cômodo  da casa, o living leva vantagem (até mesmo em relação à acústica) e  permite acomodar um número maior de espectadores. Além disso, ao receber  os equipamentos, essa área ganha uma nova função, deixando o espaço  mais concorrido.
Se, por um lado, instalar o home theater no living pode ser uma  saída bem interessante, por outro, exige vários cuidados técnicos.  Diferente de uma sala dedicada exclusivamente às sessões de filmes (que é  a solução ideal, mas quase sempre impraticável), áreas multiuso  costumam ser utilizadas para atividades diferentes. O living, por  exemplo, quase sempre abriga o home theater, mas também precisa ser  projetado para receber os amigos, servir refeições, e assim por diante.  E, aqui, não vale a pena se iludir: montar uma sala destinada a tantas  atividades, inevitavelmente, vai exigir algumas concessões.
Dependendo das especificações do projeto e do resultado esperado,  a contratação de uma loja especializada, que oferece assistência  técnica, garantia dos equipamentos e suporte pós-venda, será inevitável.  E a regra vale tanto para salas dedicadas quanto para grandes livings,  cuja adaptação, muitas vezes, é ainda mais complicada. Na escolha da  loja, leve em conta alguns critérios básicos, como a indicação de  amigos, a tradição e a confiabilidade das marcas com as quais o  instalador trabalha.
Dicas:
* Para poupar tempo e dinheiro, procure definir certas  intervenções acústicas, como o rebaixamento do teto em gesso, na fase  inicial do projeto.
 
* Evite deixar os cabos aparentes ou utilizar canaletas  externas. Em nome da estética e da segurança, toda a fiação (elétrica e  de áudio, vídeo e automação) deve ficar embutida na alvenaria.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
 
Devem ser entregues a um profissional competente. Para evitar  interferências na qualidade de som e imagem em salas multiuso, convém  incluir um circuito elétrico exclusivo para o home theater. A iluminação  e as tomadas de energia devem ser independentes; o mesmo vale para o  ar-condicionado. De disjuntores a fios e cabos, utilize os melhores  produtos e marcas que seu orçamento permitir, tomando o cuidado de  projetar tudo com certa folga. Esse cuidado vai possibilitar a conexão  de mais equipamentos no futuro, ou até a substituição de algum aparelho  atual por outro mais potente sem causar danos.
E se você está reformando ou comprando um novo imóvel,  certamente, está enfrentando o dilema do novo padrão brasileiro de  tomadas. Atualmente, todas as tomadas vendidas nas lojas respeitam o  novo padrão, que possui formato hexagonal e configuração geralmente  tripolar (dois pinos mais aterramento).
Alguns fabricantes já aderiram ao novo formato, outros ainda  estão se adaptando. Portanto, até que todos os eletroeletrônicos da sua  casa já tragam cabos de força compatíveis com o novo padrão, o uso de  adaptadores será indispensável. Embora essa não seja a solução ideal,  procure por modelos das marcas mais conhecidas e tradicionais e  verifique a amperagem. Dê preferência aos adaptadores com capacidade  para 15A (ampères), que são vendidos nas melhores lojas do ramo.
Dicas:
 * O aterramento de todas as tomadas é um item indispensável à proteção do sistema e dos moradores.
 
* Procure deixar a instalação elétrica preparada para  receber sistemas de automação, mesmo se não houver interesse imediato  nesse tipo de solução. 
 
* O mesmo vale para as tubulações que vão ligar as caixas  acústicas de som ambiente (e TVs, dependendo do projeto) às fontes de  áudio e vídeo.
ILUMINAÇÃO
Quando bem planejada, a iluminação permite visualizar  corretamente o conteúdo reproduzido pela tela, além de valorizar a  arquitetura do espaço nas horas certas. Como a maioria dos sistemas de  home theater é instalada no living, a incidência de luz natural merece  atenção. O uso de cortinas e persianas blackout nas janelas e vidraças é  indispensável, sobretudo em projetos com projetor e telão, mais  sensíveis nesse aspecto. Em apartamentos de frente para o mar, os  moradores dificilmente aceitam a instalação de cortinas, que podem  prejudicar a vista. Nesses casos, é melhor desistir do projetor, que vai  acabar exibindo imagens sem contraste (“lavadas”), e optar por um TV de  plasma ou LED-LCD. Bem brilhantes, esses modelos são capazes de  apresentar imagens nítidas em ambientes com um pouco de luz.
Dicas:
 * A iluminação do home theater deve ser suave e indireta, com  os pontos de luz sendo projetados para o teto ou para as paredes (e  nunca em direção à tela). Essa técnica utiliza luminárias de teto ou de  canto, tipo spot ou de sobrepor, normalmente embutidas em sancas de  gesso e com foco independente de luz. 
 
* Além de valorizar o ambiente, automatizar as luzes é um  recurso extremamente útil, sobretudo em salas multiuso. Melhor ainda se o  sistema incluir as chamadas “cenas de iluminação”, coordenando os  pontos e a intensidade das luzes para funções específicas, como ver um  filme, ler ou receber os amigos.
 
* Com um sistema de iluminação inteligente, você vai  economizar energia e poderá interagir com todos os tipos de lâmpadas,  motores (de cortinas, telas elétricas e lifts) e sensores de presença.
ACÚSTICA
Nem sempre a estética é amiga da boa acústica. Embora abusem dos  acabamentos, com cores e texturas diversas, as soluções de tratamento  acústico não costumam combinar com salas multiuso. E, portanto, devem  ser utilizadas com parcimônia e o consentimento do profissional da área e  do arquiteto. Para melhorar o isolamento acústico, uma sugestão é  incluir paredes adicionais com tijolos maciços e instalar portas/janelas  mais grossas com propriedades acústicas. No piso, convém evitar  revestimentos frios (mármore, granito, porcelanato).
 Dependendo da superfície recoberta, esses materiais podem deixar a  sala muito “viva”, com som estridente. Mas se isso for inevitável,  capriche nos móveis e objetos de decoração com características  absorventes, que ajudam a promover o equilíbrio acústico. Na lista,  estão cortinas grossas, estofados, quadros, tapetes e até painéis de  madeira.
Dicas:
 * Dependendo do formato da sala, é preciso apelar para  intervenções acústicas mais radicais. Em alguns casos, o profissional da  área pode recorrer até às “armadilhas de graves” (painéis de material  absorvente, desenvolvidos para controlar melhor a propagação das baixas  frequências).
* A formação de ondas estacionárias, que  realçam ou atenuam determinadas frequências, também pode prejudicar o  rendimento sonoro do sistema. Em ambientes onde esse fenômeno é  marcante, a contratação de um especialista na área de acústica torna-se  indispensável. Só ele poderá indicar as melhores soluções em  revestimentos e painéis para resolver esse problema, promovendo o  esperado equilíbrio acústico.
EQUIPAMENTOS: ONDE GUARDAR?
O momento ideal para definir quais serão e onde vão ficar os  equipamentos, prever a quantidade de caixas traseiras (duas, três ou  quatro) e decidir se o home theater também vai alimentar um sistema de  som ambiente é durante a fase de reforma da residência. Quando todos  esses pontos são discutidos com antecedência, futuros transtornos (e  gastos) acabam sendo evitados. Os móveis sob medida são a melhor opção  quando se quer aproveitar ao máximo o espaço disponível e elaborar a  peça de acordo com o número de aparelhos a serem armazenados. Já os  racks levam vantagem na rapidez de entrega, no preço e na praticidade.
Dicas:
 * Móveis e racks com rodízios se deslocam de forma mais simples, facilitando a limpeza e o acesso aos cabos e conexões.
 
* Para evitar o superaquecimento e o desgaste prematuro  dos aparelhos, procure acomodar cada item num nicho independente e com  medidas ligeiramente maiores do que as dos equipamentos.
 
* Em tempos de alta definição, não se esqueça de deixar  espaço para um decoder de TV paga, um player Blu-ray e um moderno  receiver (de preferência já trazendo conexões HDMI compatíveis com sinal  3D).
CAIXAS CERTAS NO LUGAR CERTO

Assim como a tela, o tamanho das caixas  acústicas também deve ser proporcional à metragem do ambiente. As  compactas, que se dividem em satélites (as menores, com até 25cm de  altura) e bookshelf (que costumam chegar até 60cm), costumam se sair bem  em ambientes de até 20m2. Com robustos gabinetes e admitindo alta  potência, os modelos do tipo torre são capazes de movimentar grandes  massas de ar (ideais para preencher áreas mais amplas) e têm mais  facilidade para reproduzir (corretamente) os sons graves. O correto  posicionamento das caixas (veja no esquema ao lado) é fundamental para  se obter uma boa sensação de envolvimento e extrair o melhor desempenho  de seu equipamento. As torres e o subwoofer (responsável exclusivamente  pela reprodução das baixas freqüências) devem ficar em contato direto  com o chão e livres de obstáculos ao redor, que podem prejudicar seu  trabalho. No caso das compactas, as opções de instalação aumentam: podem  ficar suspensas por suportes, principalmente as menores, ou sobre  móveis, racks ou pedestais.
Dicas:
 * Para evitar acidentes, esqueça dos pedestais em ambientes  com livre acesso de crianças e cachorros de médio porte. Nesses casos,  uma opção interessante é embutir as caixas (principalmente as traseiras,  que dificultam mais a circulação dos moradores) no forro de gesso. Além  do fator segurança, esse cuidado vai deixar o visual da sala mais leve,  valorizando o lado estético.
 
* Cuidado com os excessos. Duas caixas traseiras (sistema  5.1 canais) são suficientes para garantir uma boa sensação de  envolvimento em ambientes pequenos e médios.
* Se a instalação do subwoofer no móvel  for inevitável, procure providenciar um nicho com fundo falso (em  contato com o chão) para essa caixa. Outra sugestão para evitar  vibrações é apoiar o sub sobre uma base sólida (mármore, granito).
*Publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL  
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