Potência: de quanto você precisa?
por Robert Harley
 A maioria das pessoas, quando vai comprar um receiver ou caixa  acústica, dá muito valor à potência. Na verdade, essa especificação é  apenas um dos critérios que devem ser levados em conta – e nem é o mais  importante. O fato de ter alta potência não significa que um aparelho  vai soar melhor. O segredo está na boa integração entre receiver (ou  amplificador+processador) e caixas. Mas, para isso, é preciso entender  bem o que significa potência.
Primeiro, vamos explicar o que  aconteceu quando o mundo passou do som estéreo – que dominava o mercado  até meados dos anos 80 – para o som multicanais. Com a popularização dos  sistemas de home theater, os fabricantes viram-se diante de um dilema.  Os usuários do estéreo estavam acostumados a altas potências, na faixa  das centenas de watts para cada um dos dois canais. Mas, num sistema de  cinco canais, é impossível construir amplificadores em escala comercial  com esse nível de potência em todos os canais. 
A solução – goste você ou não – foi fazer os receivers e amplificadores multicanais  parecerem ter mais potência do que possuem de fato. É o que ocorre  quando se lêem as especificações de um receiver: “X watts de potência  contínua RMS a 8 ohms, com 20-20.000Hz e não mais do que X% THD, com  todos os canais acionados”! Esta é uma especificação honesta, pois  permite comparar de forma justa produtos de marcas diferentes.

Independente dos números, o importante é saber que a potência de um aparelho está sempre associada a outros parâmetros: sensibilidade  (no caso da caixa acústica), resposta de freqüências (é preciso saber  se a potência indicada é alcançada em toda a faixa, de 20 a 20.000Hz, ou  apenas em parte dela), a impedância utilizada durante a medição, e por  aí vai.

Ou seja, dependendo de como a potência foi medida, pode-se ter  resultados finais distintos daquele que um usuário imagina ao comprar  seu aparelho. No caso de um home theater, com 5, 6 ou 7 canais, é claro  que a potência inicial se divide entre eles. É por isso que os bons  fabricantes medem a potência “com todos os canais ativados”, e é aí que  se conhece um bom receiver. Afinal de contas, a trilha sonora de um  filme nunca traz sons apenas neste ou naquele canal, mas em vários  canais ao mesmo tempo.
O amplificador – que pode ser um módulo à  parte ou estar “embutido” no receiver – é o coração de um sistema de  áudio. O sinal que sai do DVD player é do tipo line-level (sinal de  linha), sem amplificação. Para ser reproduzido pelas caixas acústicas,  ele passa pelo estágio de pré-amplificação, dentro do receiver. E, como  todos os canais contêm sons do filme, quanto melhor for a performance  desse estágio, melhor o resultado final.

Regra geral, um amplificador multicanal modular possui estágios  internos superiores aos de um receiver. Tomando por base os modelos hoje  à venda no mercado, os receivers mais potentes atingem a faixa de 150W  em cada canal, enquanto os amplificadores chegam a oferecer 350W. Mas,  como dissemos, isso não é tudo. É preciso checar outras características  do aparelho, como construção, acabamento, tipos de conectores, fonte de  alimentação, nível de aquecimento etc.
Num sistema ideal, há um  amplificador para cada canal – um home theater 5.1 seria algo como cinco  amplificadores mono trabalhando em conjunto. Mas, na prática,  utiliza-se um receiver ou amplificador identificado como 5CH, o que  significa cinco estágios internos de amplificação; pode-se montar o  sistema também com dois amplificadores: um 3CH para os canais frontais e  outro, estéreo, para os canais traseiros (o subwoofer é tratado neste artigo).  Essa última configuração tem a vantagem de você poder ir fazendo o  upgrade conforme o número de canais exigido: se quiser passar de um  sistema 5.1 para um 7.1, por exemplo, bastará acrescentar mais um amplificador estéreo.
 O receiver  é mais usado por razões de custo: é mais barato um módulo de cinco  canais do que cinco módulos mono, certo? Isso nos leva à questão  crucial: de quantos watts necessitamos para ter uma boa qualidade de  áudio? A resposta é: depende. Entram nessa avaliação as dimensões e  características acústicas da sala, e até os gostos do usuário (certas  pessoas adoram ouvir tudo em volumes altíssimos, algo que  particularmente considero prejudicial ao conceito de entretenimento).

A maioria dos receivers à venda atualmente varia entre 65 e 200W de  potência de saída. Podemos dizer que isso atende a praticamente todos os  tipos de sala. As variantes principais são o tamanho e a capacidade de  absorção sonora do ambiente. Uma sala “morta”, como se costuma dizer, é  aquela que absorve muito o som, geralmente em função do uso de amplos  estofados, cortinas de tecido grosso e grandes móveis de madeira (estantes com muitos livros, por exemplo).

Se sua sala é desse tipo, saiba que você vai precisar de muita  potência. Retirando (ou reduzindo) os estofados e a madeira, pode-se  trabalhar com menos potência. Mas é preciso ainda ser observado o  tamanho da sala, medido em metros cúbicos (m3). Se o pé-direito é  superior a 3m, você também vai precisar de mais potência.
Mas  cuidado: as potências do receiver e das caixas acústicas têm que ser  equilibradas. Quando falta esse equilíbrio, dois problemas podem  ocorrer: distorções no som e danos aos alto-falantes, que em casos  extremos podem até queimar.
De modo geral, recomendamos um bom  investimento em receiver (ou amplificador) de alta potência, ainda que  sejam mais caros. Por que? A potência de saída indica a capacidade do  aparelho conduzir mais corrente elétrica às caixas acústicas. É essa  corrente que faz os cones dos falantes se moverem para criar som. Quando  falta potência ao receiver, o som se torna forçado, “duro” ou até  distorcido. E você perde a dinâmica e o impacto dos bons filmes.
Mas,  se a potência do receiver for muito mais alta que a suportada pelas  caixas, você terá desperdiçado dinheiro. E isso é tão importante quanto  observar um outro aspecto das especificações de uma caixa acústica: a  sensibilidade (em inglês, sensitivity). Ela indica quanto da corrente  elétrica fornecida pelo amplificador é de fato convertido em som. A  sensibilidade é medida em decibéis por watt em um metro. Para ter uma  idéia de como isso afeta a qualidade sonora, basta dizer que uma  diferença de 3dB corresponde a 50% da potência. Em outras palavras: uma  caixa com 90dB precisa de apenas metade da potência exigida por uma com  87dB.
A vantagem disso é que, se suas caixas são de alta  sensibilidade (acima de 89dB), você pode utilizar receivers de potência  mais baixa para atingir o mesmo resultado sonoro. Portanto, da  combinação entre esses fatores (potência, sensibilidade, tamanho e  acústica da sala) é que se chega a um bom sistema de home theater. 
Existe  um método para calcular a potência ideal a uma sala? Sim, isso pode ser  feito “in loco”, usando-se instrumentos de medição como o decibelímetro  (também chamado SPL meter, ou “medidor de nível de pressão sonora”). Mas não existe fórmula mágica.

O importante é saber que um bom sistema de caixas deve ser capaz de  responder a toda a potência de saída do amplificador ou receiver. Quando  a amplificação é insuficiente, os picos sonoros de um filme (como  explosões, tiros e ruídos de naves espaciais) e os efeitos especiais  perdem impacto. Mais do que isso: perdem aquela naturalidade que nos  envolve e nos faz mergulhar na ação. 
Como costumamos dizer, é o  filme que precisa ser visto e ouvido, não o equipamento. Quando isso não  acontece, a maravilhosa ilusão do cinema vai embora.
  
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