Eletrônicos


Turbine o som do seu Blu-ray

22/11/2010, por Por Alex dos Santos
 
É comum vermos todos os meses, na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL, ambientes equipados com produtos de áudio sofisticados, que privilegiam a boa reprodução sonora. Para complementar a sensação de envolvimento e imersão obtida diante de uma tela grande, é imprescindível contar com equipamentos que possam “traduzir” com fidelidade a trilha de áudio incorporada à cena.
Essa trilha pode ser intensamente musical, ou produzida com efeitos especiais impactantes, gravada nos avançados formatos Dolby TrueHD, Dolby Digital Plus, DTS-HD Master Audio e DTS-HD High Resolution.
 As diferenças entre esses e outros padrões de áudio doméstico, você pode conferir neste artigo. Mas como aproveitar melhor o som dos filmes com os equipamentos que tenho? Que formato de áudio escolher quando uso o Blu-ray? São perguntas como essas, feitas por muitos consumidores de players de Blu-ray, que chegam constantemente à redação. E mais uma vez, nossa equipe foi atrás das respostas. Confira!

BLU-RAY PLAYER + MINISYSTEM ESTÉREO
Por conta da conhecida limitação de áudio dos televisores, estes devem assumir apenas o papel de “monitor” no sistema e nunca servir de reprodutor de áudio. A conexão do TV com o player deverá ser feita por meio de cabo HDMI, para contemplar a exibição das imagens Full-HD dos filmes. Na parte de áudio saiba que aquele modesto sistema de áudio estéreo – composto por um minisystem com duas caixas acústicas – será sempre superior aos pequenos alto-falantes dos TVs.

Ao adquirir ou alugar filmes e shows musicais, é possível ver na embalagem logotipos referentes ao tipo de áudio gravado na trilha daquele título. Para saber qual escolher durante a reprodução, primeiro é preciso entender que, independente do formato de som escolhido, ele sempre terá seu desempenho condicionado ao sistema de áudio. De nada adianta escolher no menu do disco formatos multicanal Dolby Digital 5.1 e DTS ou pressionar a tecla AUDIO no controle remoto para se encontrar outro modo surround, se o equipamento reproduz apenas áudio estéreo.

Neste caso, a configuração de áudio no menu/setup do player deverá ser ajustada como “áudio PCM” e não Bitstream. Essas opções são encontradas em qualquer Blu-ray player. Feito isso, selecione no disco uma trilha de dois canais, que pode ser PCM (Pulse Code Modulation) ou Dolby Digital 2.0. O PCM é garantia de melhor qualidade, uma vez que não oferece compressão do sinal de áudio (como ocorre com o Dolby Digital) e, conseqüentemente, perda de detalhamento sonoro. Só para lembrar, é também o mesmo usado nos CDs de música (Compact Disc) e o único a ser conduzido pelas conexões estéreo analógicas.

Vimos que muitos títulos trazem o áudio original apenas com os processamentos Dolby TrueHD, DTS-HD Master Audio ou mesmo Dolby Digital 5.1, restando ao player convertê-los em PCM 2.0 para enviar a um minisystem estéreo. Além de analógicas (RCA), alguns minisystems podem vir com entrada digital óptica ou coaxial, mas a configuração no player em PCM não precisa ser alterada.

BLU-RAY PLAYER + SISTEMA IN-A-BOX
Em kits in-a-box que não possuem leitor de discos Blu-ray, o player deverá ser conectado preferencialmente na entrada digital óptica ou coaxial. O motivo: aproveitar o processamento Dolby Digital e DTS presente nos filmes. A configuração no menu/setup do player deverá ficar em Bitstream, para que as informações codificadas no disco possam ser lidas pelo aparelho e enviadas, via conexão digital, a um HTB. Este ficará responsável por decodificar os sinais e amplificá-los para todas as caixas do sistema. Mesmo que a escolha no menu dos discos seja por um formato de áudio HD, como Dolby TrueHD e DTS-HD, devido ao uso da conexão digital óptica ou coaxial o player irá liberar o sinal sempre como Dolby Digital e DTS respectivamente.

Alguns players de Blu-ray contam com mais uma opção de ajuste, além do PCM e do bitstream, que é o chamado Bitstream Re-Encode ou DTS Digital Out. Este permite àqueles que possuem sistemas in-a-box ou receiver antigo (sem HDMI) de ouvir parte da qualidade sonora dos avançados processamentos de áudio, por meio da conexão digital óptica ou coaxial. Isto é possível porque o player que traz essa opção de ajuste é capaz de ler esses formatos HD, sejam eles Dolby TrueHD ou DTS-HD, e convertê-los em DTS convencional, porém, com uma qualidade sonora ligeiramente superior.

BLU-RAY PLAYER + RECEIVER ANTIGO (SEM HDMI)
Embora o formato Blu-ray tenha aterrissado no Brasil há três anos, boa parte dos entusiastas de home theater ainda tem em casa receivers antigos, que não trazem tomadas HDMI. A reprodução de todos os formatos de áudio dependerá das características do player de Blu-ray a ser usado no sistema.
Se o aparelho for como a maioria dos modelos à venda no mercado, que possui capacidade de leitura dos formatos HD e não é capaz de decodificá-los, a ligação com um receiver antigo deve ser feita via conexão digital óptica ou coaxial. O áudio a ser reproduzido no sistema pode ser tanto Dolby Digital quanto DTS, de acordo com o formato HD escolhido quando presente no disco. A exceção ocorre se o player oferecer as opções Bitstream Re-Encode ou DTS Digital Out, onde qualquer processamento de áudio HD poderá ser ouvido em DTS de melhor qualidade.

O segundo caso é o de Blu-ray players com capacidade de decodificação dos formatos de áudio HD. Esses aparelhos incluem sempre saídas multicanal analógicas de 5.1 ou 7.1 canais para serem conectadas, via cabo RCA, diretamente às entradas correspondente no receiver. Na parte de áudio do menu/setup do player deve ser selecionada a opção PCM Multi, uma vez que os sinais de áudio decodificados serão enviados nesse formato para o receiver. Além disso, os ajustes de tipo de caixa e nível de volume passam a ser realizados no menu do player.

A vantagem de se usar um player com decoder embutido é que qualquer formato de áudio HD disponível no disco poderá ser reproduzido no sistema. Esse tipo de Blu-ray é comumente encontrado em lojas especializadas em home theater, sendo facilmente identificados pela presença de seis (5.1CH) a oito (7.1CH) conectores RCA vermelho e branco na parte traseira do aparelho.

BLU-RAY PLAYER + RECEIVER COM HDMI
Essa é a configuração ideal para quem pretende deleitar-se com o som de melhor qualidade dos filmes em Blu-ray. Quando se usa um receiver dotado dos avançados processadores HD, não há complexidade de ajustes e tão pouco de conexões. Basta selecionar no menu/setup do player a opção de áudio Bitstream e pronto. Todos os formatos disponíveis nos discos serão facilmente reproduzidos e terão sua qualidade sonora bem explorada pelo sistema. É possível ainda que algumas pessoas tenham receivers com terminais HDMI de versão antiga e sem os processadores HD. Para essa situação, caso o BD player traga decoders embutidos não será necessário o uso de seus terminais analógicos multicanal. É só ligar um cabo HDMI até o receiver, alterar o menu/setup do player para PCM Multi e desfrutar da qualidade superior dos formatos de áudio HD.

QUAL FORMATO USAR?
Um disco Blu-ray possui capacidade de armazenar de 25GB a 50GB de informações. Além da resolução de imagem Full-HD (1920x1080p), um único filme pode conter trilhas gravadas em até quatro diferentes formatos de áudio. Os mais comuns são Dolby TrueHD, Dolby Digital Plus, DTS-HD Master Audio, DTS-HD High Resolution, PCM Multicanal, além do Dolby Digital 5.1, DTS e PCM estéreo.

Alguns títulos podem trazer informações para dois canais de surround adicionais, tornando-se compatíveis com a nova geração de receivers em sua maioria de 7.1 canais. A melhor opção de áudio é o PCM Multicanal, por ser um formato de áudio puro e que não oferece compressão de sinal. Ele era mais comum nos primeiros filmes em Blu-ray e, aos poucos, vem perdendo espaço para os formatos de compressão sem perdas Dolby TrueHD e DTS-HD Master Audio.
A resolução de áudio desses formatos HD da Dolby e da DTS é no mínimo quatro vezes superior ao Dolby Digital e DTS convencional, o que resulta em um nível de detalhamento sonoro muito mais apurado. Já os formatos Dolby Digital Plus e DTS-HD High Resolution também realizam a compressão do sinal de áudio multicanal, ao mesmo tempo em que proporcionam uma certa perda de qualidade. 

E lembre-se: não é preciso ter um sistema de áudio sofisticado e uma grande sala para que as diferenças entre os modernos processamentos HD e os tradicionais DD e DTS sejam perceptíveis. É evidente, porém, que a combinação de receiver e conjunto de caixas acústicas de boa performance, certamente, resultará em uma experiência significativamente mais envolvente com maior riqueza de detalhes em toda a faixa de frequências.
*Texto publicado originalmente na revista HOME THEATER & CASA DIGITAL
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